Rio de Janeiro, 1º de janeiro de 2041.
Olá Pedro, como está tudo por ai?
É, nosso sonho se realizou, hoje sou repórter, formado em jornalismo pela UFRJ. Como nós esperávamos, enquanto eu estava cursando a faculdade, recebi toda a assistência que precisava de minha tia e de meu tio.
Na faculdade, não era o primeiro da turma, o que já era de se esperar, mas não fiquei com nenhuma matéria em aberto.
Continuo sendo aquele cara feliz, super agitado. Continuo gostando daquela cervejinha no final de semana, mas não é sempre que posso, pois ainda existem políticos corruptos, pessoas idiotas que matam por motivos fúteis, pessoas inteligentes que descobrem prevenção de alguns maus, equipes que competem, e tenho que mostrar tudo isso para o povo...
Quanto aquela nossa vontade de mudar a vida de Congonhas até que poderia ter dado certo, se você tivesse se candidatado. Mas você decidiu não parar na faculdade. Ainda bem, porque nossa prima, me apresentou os contatos certos para ingressar na carreira. Enfim, comecei de estagiário em uma rádio. É, você vai passar por esse estágio, e vai perceber, que a vida é, de verdade, para aqueles que têm vontade de vencer.
Hoje, com 45 anos, cubro notícias de todos os genêros: culturais, criminais, desportivas, políticas, científicas, naturais... Ah! Não poderia esquecer de te falar: conheci a Fátima Bernardes e, sim, ela é tudo aquilo que você pensa: linda, super inteligente, educada... E sem contar na atenção. Até me passou alguns macetes de jornalismo.
É, você se casou, acredita? Teve 2 filhos e 1 filha. Não adianta, não vou dizer com quem você se casou. Você vai ter que passar pelas mesmas coisas que eu, pra quando estiver escrevendo essa carta ter o orgulho de saber que você batalhou por tudo que tem.
Toda essa minha vida aqui no Rio, foi ao lado de nosso melhor amigo, agora Almirante da Marinha do Brasil. Nas conquistas estava comigo para festejar... Nas perdas continuava me amparando com sua amizade maravilhosa. Ele já não se achava muito, quando está com sua farda então... Se não for amigo saí de perto, porque o "seachômetro" é ligado em potência máxima. E quando está em festas então?! Aparece com a roupa de gala da marinha: uma espécia de "terno" branco, um chapéu que esqueci o nome e váááááááárias medalhas no peito.
As conquistas foram muitas... As perdas são inevitáveis, mais sempre nos ensinam algo novo.
Tenho um apartamento aqui em Ipanema, mais com tantas viagens fica quase impossível frequenta-lo. De verdade: passo mais tempo em hotéis.
Sei que você já faz isso, mais valorize sempre suas amizades, você não conseguiria viver sem elas.
Não se arrependa de nada, pois tudo serve de aprendizado.
Feliz ano novo,
Seja feliz,
Pedro Lacerda, 2041